Quadro de António Carvalho doado ao Acervo do Café
A coleção de Manuel Guedes, a residir no cantão de St. Gallen, relacionada com o admirável mundo do café, já está dotada de uma dimensão considerável a nível do espólio reunido e, como é natural e por diversas razões, há peças que se destacam. Ninguém ficará indiferente perante uma raridade, de que será bom exemplo uma das últimas entradas no Acervo: um Conhecimento de Embarque, da Empreza Nacional de Navegação, com referência a carga de café proveniente da costa oriental d’Africa e tendo o ano 1903 como data. É espantoso!
É indescritível a sensação para quem coleciona ao ter em mãos peças como a acima descrita, mas, como se perceberá, pelo título avançado, este texto pretende divergir para um outro lado das emoções do colecionador; aquele lado dotado com a capacidade de fazer soltar uma lágrima e de fazer com que a voz fique trémula.
António Carvalho é um artista nascido no Porto, em plena década de 50, os marcantes anos dourados dos quais o portuense parece ter bebido da criatividade e versatilidade únicas da época. Na Escola Industrial Infante D. Henrique adquiriu competências para desenvolver serigrafias para publicidade, área em que detém muita admiração no seio dos colecionadores por algumas peças geradas, entretanto elevadas a ícones e, por conseguinte, muito cobiçadas.
Radicado em Braga, desde finais dos anos 80, António Carvalho fez do novo milénio um ponto de viragem na sua carreira. A partir de 2002 dedicou-se à pintura e o seu lugar nas artes plásticas tem sido conquistado paulatinamente, através de frequentes aparições, em exposições individuais e coletivas um pouco por todo o país. António Carvalho tem presença assídua no Museu D. Diogo de Sousa, através da exposição coletiva em formato bienal de pintura, fotografia e escultura que se realiza desde 2015 sob a sua responsabilidade de concepção e organização.
O Acervo do Café passou a contar na sua coleção com mais uma peça: um quadro da autoria de António Carvalho e que foi incorporado através de uma generosa doação. Este foi um gesto que muito sensibilizou Manuel Guedes, pois a obra agrega em si uma enorme carga emocional e funciona como um enorme estímulo para o continuar da caminhada do projeto. O artista, através do seu punho, conseguiu apontar todos os momentos que cativaram o colecionador a enveredar pelo tema café. Esta percepção artística revela, acima de tudo, reconhecimento pelo mérito no caminho trilhado e faz acreditar que no horizonte estão objetivos que valem a pena perseguir.
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